Calor aumenta em 30% incidência de problemas urinários

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Durante o verão o Instituto de Urologia e Nefrologia (IUN) registra um aumento de 30% de casos de pacientes com problemas urinários, a maioria com cólicas renais e cistite. Em se tratando de cálculo renal, o calor faz com que a perda de líquidos através da transpiração seja maior, pois as pessoas fazem mais exercícios, com maior exposição ao sol. Esses fatores associados, interagindo sobre uma pessoa pré-disposta, podem causar distúrbios urológicos e o aparecimento de cálculos renais.

O mais importante para prevenir problemas de cálculo renal segundo o urologista do IUN, Cleverson D’Ávila, é aumentar o consumo de líquidos (água, sucos e/ou chás gelados) para repor as perdas da transpiração e manter um fluxo urinário e eficaz. “Uma maior quantidade de líquidos permite a diluição dos sais presentes na urina, evitando assim a sua precipitação e a formação de cálculos, evitando também as infecções urinárias, uma vez que o próprio fluxo de urina é um dos mais importantes mecanismos de proteção contra infecção”.

Segundo o urologista Miguel Zerati Filho, as altas temperaturas também aumentam a incidência de casos de cistites. “O clima quente as pessoas urinam em menor quantidade e menos vezes por dia, fato que favorece a multiplicação das bactérias no interior da bexiga, causando a cistite”.

Cistite

De acordo com dados estatísticos, cerca de 8 milhões de mulheres irão procurar tratamento médico no Brasil em 2013, com cistite. Segundo Zerati, a incidência desta doença em mulheres é muito grande, de cada 10 pacientes mulheres atendidas no IUN, pelo menos uma tem cistite.

A cistite é uma infecção da bexiga causada por bactérias. Embora aparentemente seja uma doença simples, “ela pode causar complicações clínicas se não for tratada e diagnosticada adequadamente” observa Miguel Zerati. As infecções das vias urinárias continuam a ser uma causa importante de hospitalização no Brasil; “portanto, a cistite não deve ser vista como uma doença simples”, explica o especialista.

Os sintomas da cistite são ardência para urinar, aumento do número de micções, dor no baixo ventre, algumas vezes sangue na urina e, em alguns casos, estados febril. A cistite também pode aparecer em crianças (meninas) devido a alterações congênitas, caso em que o médico deve ser procurado imediatamente. Outros fatores que favorecem o seu aparecimento são as relações sexuais, especialmente as primeiras; gravidez, menopausa e após os 70 anos pelo déficit de estrogênio e ressecamento vaginal.

De 10 a 20% das mulheres têm cistite pelo menos uma vez na vida. A cistite no sexo masculino é menos frequente porque a uretra do homem é mais longa e de difícil penetração para as bactérias. Quando acontecem casos de cistite masculina “é por fatores internos e deve ser tratada imediatamente”, explica Zerati.

Para prevenir cistite

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  • Beber bastante líquido. Aumento do volume da diurese facilita a expulsão de bactérias da bexiga.
  • Urinar freqüentemente. Mesmo quando não tiver vontade, é aconselhável urinar pelo menos a cada três horas.
  • Urinar após a relação sexual. É a maneira de lavar a uretra e eliminar as bactérias.
  • Esvaziar totalmente a bexiga.
  • Higiene.
  • Quando evacuar, sempre fazer a higiene da frente para trás.
  • Roupas. Evitar o uso de calças apertadas e roupas íntimas de tecido sintético, pois favorecem a transpiração.
  • Intestino. É fundamental evitar distúrbios, tanto constipação como diarreia. O ideal é controlar com a alimentação.
  • Banho Não lavar exageradamente a vagina com antissépticos. A irritação favorece a infecção. Água e sabão são suficientes.
  • Corrimento vaginal. Quando houver, procurar o especialista para o tratamento.

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Nas mulheres que apesar de todas essas preocupações, continuam com Cistite de repetição ( pelo menos 3 episódios/ano), utilizamos tratamento profilático com antimicrobianos ou Lisado de Escherichia Coli, que é uma “espécie” de vacina para aumentar a resistência da paciente a estas infecções tão incômodas.

Cálculos

A urina contém sais minerais que podem tornar-se insolúveis formando cristais que se agrupam e crescem em tamanho. Na maioria dos casos estes cristais são removidos do rim pelo próprio fluxo urinário, porém às vezes, alojam-se em locais onde “crescem” e formam os cálculos renais (pedras) – que podem apresentar tamanhos diversos que vão desde um grão de areia, um ovo de galinha ou ainda maiores.

Os cálculos iniciam a sua formação nos rins e muitos migram para outras partes do sistema urinário, como por exemplo, ureter ou bexiga. Estima-se que aproximadamente 12% dos homens e 5% das mulheres vão apresentar sintomas de calculose urinária pelo menos uma vez em suas vidas. Um detalhe importante a ser considerado é que a pessoa que teve um cálculo tem maior chance de formar novos cálculos do que a população que nunca apresentou o problema; o que evidencia a necessidade de controle médico periódico.

População atingida

O cálculo costuma aparecer quando uma série de fatores trabalha juntos sobre uma pessoa predisposta:

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  • Idade: mais comum por volta dos 20/40 anos
  • Sexo: três vezes mais comum nos homens que nas mulheres
  • Atividade: mais comum em pessoas imobilizadas e após grandes perdas de líquido como desidratação ou transpiração em excesso.
  • Clima: mais comum em climas quentes ou durante os meses de verão.
  • Baixa ingestão de líquidos .
  • Desordens genéticas como gota e cistinúria
  • Distúrbios metabólicos intestinais, endócrinos e renais.
  • Dieta rica em oxalatos e cálcio pode promover a formação de cálculos em pessoas com predisposição.
  • Infecção urinária, alguns germes favorecem a formação de cálculos.
  • Dificuldade de drenagem da urina, favorecendo a retenção e crescimento dos cálculos.

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Embora sejam conhecidas as possíveis causas para o aparecimento do cálculo, o exato processo de sua formação ainda não está claro. Sabe-se que a urina contém agentes químicos que inibem a formação de cristais, porém não se sabe por que essas substâncias são mais eficientes para algumas pessoas e menos para outras que apresentam os mesmos fatores predisponentes.

Sintomas

Os cálculos renais podem aparecer e “crescer” sem produzir qualquer tipo de dor (crescimento silencioso), porém nesses casos geralmente a pessoa apresenta sangue na urina – visível ou não-, ou infecção urinária persistente.

O mais comum é que o cálculo cause irritação ou obstrução do sistema urinário, levando a dor intensa que poderá durar alguns minutos, horas ou dias, seguidas por períodos de acalmia. É freqüente o aparecimento de náuseas e vômitos durante a crise dolorosa que se inicia geralmente na região dos rins ou no baixo abdome. Urina com mau cheiro, febre e calafrios indicam o agravamento da situação por infecção urinária associada.

Diagnóstico

Aproximadamente 90% dos cálculos contêm cálcio e, portanto podem ser vistos através de radiografias; 10% dos cálculos apresentam-se invisíveis aos Raios-X e, portanto temos que lançar mão de outros métodos como radiografias especiais (com contrastes) ou ultrassonografia. Atualmente o método de escolha para avaliação de uma cólica renal é a Tomografia Computadorizada Multi-Slice, sem contraste. Além destes , devemos avaliar a presença ou não de infecção urinária através de exames de sangue e urina.

Os cálculos variam em tamanho, composição e facilidade para serem dissolvidos. Existem basicamente cinco tipos de cálculo. Qualquer tipo tem que ser tratado convenientemente quando apresentar infecção, obstrução ou dano a função renal. A maioria dos cálculos – 85% – pode ser tratada por métodos conservadores como ingestão líquida aumentada, alterações da dieta e medicamentos.

Os 15% dos cálculos que não são passíveis de tratamento clínico podem ser tratados por três métodos diferentes, dependendo das características do cálculo:

1) Cirurgia convencional (com incisões);muito pouco indicada atualmente, mesmo na rede pública.

2) Nefrolitotripsia percutânea (incisões de 1,0 cm) ou ureterolitotripsia (orifícios naturais). O método utilizado nos procedimentos pode ser: ultrassom, balística ou laser; e

3) LECO – Litotripsia Extra-Corpórea

Prevenção

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  • Ingestão líquida abundante de maneira a aumentar o volume de diurese, diminuindo assim a possibilidade de precipitação de sais minerais na urina.
  • Submeter-se a correção de qualquer fenômeno obstrutivo ao nível do trato urinário, permitindo a mobilização de eventuais cristais pelo livre fluxo urinário.
  • Tratamento da infecção urinária.
  • Submeter-se à investigação cuidadosa para avaliar as eventuais causas metabólicas existentes que contribuem para a formação dos cálculos e tomar as medidas terapêuticas necessárias.
  • Esclarecemos que o “chá de quebra-pedras” não tem o poder de destruir cálculos (pedras renais), o importante é o volume de líquido ingerido – seja chá, sucos, refrigerantes ou água, que favorece a eliminação de pequenos cálculos.[/bullets]

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Situações especiais

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  •  As pessoas que praticam atividade física devem beber bastante líquido para acabar com a sede e mais um pouco.
  •  Quando se está com gripe: a água ajuda a diluir e eliminar mais facilmente as secreções das vias aéreas.
  •  Quando se ingere bebida alcoólica: o álcool retira água de organismo.
  •  Quando se é fumante: a água auxilia no processo de eliminação da nicotina.

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Soraya Pericoco – soraya@pericoco.com.br

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