Por Cecília Dionézio – Diário da Região – 24 de Abril
A dentição começa a se formar ainda quando se é um embrião. E tão importante é cuidar dos dentes na fase adulta quanto na infância, quando os dentinhos ainda são de leite, e até durante a gestação. A 11ª Jornada Odontológica, que acontece de 8 a 10 de maio na sede da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), irá abordar esse e outros assuntos, como a necessidade de reciclagem profissional e as novidades da área odontológica.
O evento coordenado pelo cirurgião dentista Antonio Alberto Lopes Elias, de Rio Preto, é destinado a todos os profissionais da área e deverá contar com a presença de profissionais de todas as partes do país. Sobre a dentição infantil, a odontopediatra Ana Rosa Kuymjian Albieri, de Rio Preto, diz que se existe deficiência na dieta da gestante, o feto pode não se desenvolver adequadamente. Além disso, existem outros fatores que podem influenciar na dentição, que não necessariamente dependem da gestante.
Ana explica que a dentição decídua (os famosos dentes de leite) tem um período pré e pós-natal de desenvolvimento. Portanto, os fatores que podem interferir no desenvolvimento do feto, desde a concepção até o nascimento, também podem afetar os dentes de leite.
“Algumas manchas no esmalte dental (intrínsecas) são alterações de cor do dente causadas por fatores genéticos, deficiência nutricional, distúrbios neurológicos, defeitos congênitos, endocrinopatias, nefropatias, hepatopatias e intoxicação, que ocorrem durante a fase de formação do dente. O comprometimento das estruturas dentárias irá depender da fase da formação e do tempo de atuação do agente”, diz.
Escova macia
Existem três dentições, a decídua, a mista e a permanente, e recomenda-se cuidados em todas elas. Para cada uma existe uma escova mais adequada em função do tamanho dos dentes e da cavidade bucal. Os odontopediatras lembram que a escova deve ser sempre muito macias e com a máxima quantidade de cerdas, para não prejudicar os dentes e as gengivas.
De acordo com o odontopediatra José Eduardo de Oliveira Lima, de São Paulo, a higienização, escovação e limpeza dos dentes devem começar desde o berço – no caso da escovação, a partir dos seis meses, e antes disso, com o uso de uma fralda úmida envolta na ponta do dedo da mãe, para higienizar a boca da criança após a mamada. Só assim será possível alcançar 100% na remoção da placa bacteriana e evitar a cárie.
“Se a limpeza for parcial, os resultados não serão satisfatórios. Em média, a partir dos seis meses de idade surgem os primeiros dentinhos”, diz.Com as instruções do odontopediatra, a criança pode começar a utilizar alguns produtos para auxiliar a higienizar a cavidade bucal, mas com algumas ressalvas.
“É importante que se introduza o hábito de escovar os dentes, mas sempre procurando o equilíbrio biológico. Quanto à pasta de dente, ela deve ter a função somente cosmética e não de limpeza, que dizer, para tornar a escovação agradável e proporcionar aroma agradável o produto não deve conter substâncias químicas que possam interferir na biodiversidade da cavidade bucal, provocando desequilíbrios, principalmente o flúor, que, pela sua toxidade, pode produzir fluorose, um tipo de má formação de esmalte”, alerta.
Alimentação saudável influencia
A dentista Vanda Miyazaki, de Rio Preto, reforça a necessidade da alimentação da gestante ser totalmente saudável, rica em cálcio. Elas devem ter uma dieta rica em proteínas e cálcio, ingerir muito leite e seus derivados, e verduras verde-escuras, como a couve e o brócolis.
Além disso, a dentista orienta o cuidado com a própria saúde bucal, procurando visitar regularmente o dentista. Vanda observa até que não só a criança, mas os adultos, em especial as futuras mamães, têm de ficar atentos para não sofrer com o excesso de flúor, uma vez que as águas já são fluoretadas.
Outro alerta que a dentista faz é quanto ao excesso de açúcar que algumas mães usam nas mamadeiras, por ser um dos principais causadores de cárie. “É necessário redobrar os cuidados de higiene bucal nessas crianças, pois, mesmo que não possuam dentes, deve-se fazer a higiene da mucosa bucal com uma gaze úmida, para que o leite ingerido não fique fermentando na boca. O hábito de higiene bucal deve ter início logo que a criança nasce. O ideal seria não adicionar açúcar na mamadeira e, quando possível, ir diminuindo as mamadas noturnas,” afirma.
A odontopediatra Ana Rosa Albieri concorda e explica que a formação do paladar se inicia a partir da 14ª semana de gestação. Ela cita ainda a pesquisadora Maire Claire Busnel, que estudou o fato de que o cheiro e o sabor das substâncias ingeridas pela mãe também passam para o líquido amniótico, os fetos o reconhecem e os recém-nascidos já nascem com essas preferências.
Ou seja, se a grávida comer muito doce, o bebê poderá ter o paladar mais voltado para o açúcar. Assim, se a gestante preferir o açúcar natural dos alimentos, ela estará suprindo as necessidades dela e do feto, assegurando o desenvolvimento integral do bebê. Já se a gestante estiver desnutrida, a formação da dentição do feto poderá ser afetada.
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