No próximo dia 14 de março teremos a campanha do Dia Mundial do Rim, que este ano tem o tema “Pare de agredir seu rim”. Serão realizadas atividades em todo o mundo reforçando o papel fundamental dos rins na manutenção do equilíbrio do nosso organismo. Os rins removem os produtos indesejados do corpo (lixo) filtrando o sangue como uma máquina de lavar. A cada dia 180 litros do nosso sangue são filtrados e o sangue é lavado continuamente.
Na cidade de São Paulo, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, estão programadas atividades de atendimento e orientação à população em 13 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). Várias cidades do interior do Estado também realizam ações preventivas. Em Rio Preto, pelo oitavo ano consecutivo, equipes do Instituto de Urologia e Nefrologia (IUN) e do Hospital de Base se unem e realizam no dia 14, ações de conscientização e exames preventivos à população, no Riopreto Shopping (das 10h às 16h) e no Hospital de Base (das 9h às 14h).
Entre as atividades estão: distribuição de folhetos informativos, aferição de pressão arterial, pesquisa informacional com a população, orientação médica, teste de glicemia e teste rápido de urina I e medidas antropométricas (os dois últimos itens apenas no HB), explicam os coordenadores da campanha na cidade, os nefrologistas Horácio José Ramalho, João Fernando Pícolo de Oliveira e Wilson Makoto Yamazaki.
A doença renal é uma enfermidade complexa e fatal. Estudos populacionais em diferentes países têm demonstrado prevalência de doença renal crônica de 7,2% para pessoas acima de 30 anos e 28% a 46% em indivíduos acima de 64 anos. Mesmo em estágios iniciais, a chance de morrer por doença cardiovascular é 46% maior em portadores de doença renal, sendo de 136% no estágio moderado da doença. Já nos pacientes em diálise, a mortalidade eleva-se de forma assustadora: uma pessoa de 30 anos tem a mesma chance de morrer que uma de 80 anos.
O diagnóstico precoce pode conter o avanço da doença, observa Horácio Ramalho. “A doença renal crônica pode ser facilmente diagnosticada por meio de um exame de urina e da dosagem de creatinina no sangue e pode ser efetivamente tratada, retardando a progressão da doença e reduzindo as mortes e os custos”.
No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), cerca de dez milhões de pessoas têm alguma disfunção renal. A prevalência de doença renal crônica é de 50/100.000 habitantes, inferior ao que é visto nos Estados Unidos (110/100.000) e no Japão (205/100.000), o que sugere que seja uma doença subdiagnosticada no nosso meio.
De acordo com o último censo da Sociedade Brasileira de Nefrologia existem em torno de 100 mil brasileiros em diálise, com uma taxa de internação hospitalar de 4,6% ao mês e uma taxa de mortalidade 17% ao ano. A grande maioria dos pacientes falece sem sequer ter acesso a essa terapia, por falta de diagnostico. O custo anual somente com a terapia renal substitutiva é mais de dois bilhões ao ano.
As principais causas de perda da função renal são a hipertensão arterial (35% das causas), diabetes mellitus (28,5%) seguidas das glomerulonefrites (11,5%). Outro dado alarmente segundo o Vigitel 2011, considerando a população brasileira maior de 18 anos, 23% é hipertensa, 5,6% diabética, 18% fumante, 48% estão com excesso de peso e 16% são obesos (IMC>30 Kg/m²). Todos estes são fatores de risco que contribuem para a perda de função renal.
Ainda segundo a SBN, em 2012 foram realizados 5.385 transplantes renais no Brasil, sendo 1.488 de doadores vivos e 3.897 de doadores falecidos. Estima-se que em torno de 32.000 pacientes estão na fila de espera aguardando um transplante renal.
As oito regras de ouro da campanha mundial:
1) Saiba sua pressão arterial.
2) Controle o açúcar no sangue.
3) Faça atividade física.
4) Confira o seu peso e a sua dieta.
5) Beba água.
6) Não fume.
7) Não use remédios sem orientação médica.
8) PARE DE AGREDIR SEU RIM E FIQUE SABENDO: SEUS RINS ESTÃO OK?
Fonte: Sociedade Brasileira de Nefrologia, Hospital de Base de Rio Preto e Instituto de Urologia e Nefrologia (IUN) de Rio Preto