Por Cecília Dionisio – Diário da Região
Através dos olhos, é possível identificar não apenas os problemas da visão, mas até distúrbios orgânicos graves. “Uma boa avaliação oftalmológica permite ter uma ideia da regulação geral do organismo”, afirma o oftalmologista Guilherme Kiill Junior, do Centro Oftalmológico Humanizado de Referência (Cohr), de Rio Preto. O médico garante que, com um simples exame de retinografia, é possível prevenir desde infarto, AVC a tromboses em geral.
E o melhor é que, hoje, por meio de exame com um retinógrafo 3D (Nonmyd WX3D), já se pode avaliar as doenças da retina e do nervo óptico sem qualquer desconforto. “Ele (o retinógrafo 3D) faz a análise de fundo de olho, e é indicado para fazer o acompanhamento de retinopatia diabética, da Doença Macular Relacionado a Idade (DMRI), além da fotodocumentação da cicatriz da toxoplasmose”, diz.
A nova tecnologia, que já foi liberada pela agência americana que regula alimentos e medicamentos (FDA) há cerca de dois anos, foi alvo de estudos na publicação NEWS Optometria. O aparelho pode realizar imagens de 45 graus ou estéreo para economizar tempo e tem como premissa auxiliar no diagnóstico de doenças como o glaucoma, que pode chegar de forma silenciosa e não ser identificada até estar bem avançada.
De acordo com o médico Kiill Junior, algumas pessoas, inclusive, evitam fazer exames periódicos para não se submeter a dilatar a pupila e passar pelo incômodo de ficar horas sem conseguir ler, dirigir e fazer outras atividades que exigem a visão 100%. “O exame faz uma foto em 3D do nervo óptico, que é muito importante para o diagnóstico e acompanhamento do glaucoma, uma doença silenciosa, que leva à perda da visão, e não pode ser revertida. E o grande diferencial é não precisar dilatar a pupila para fazer isso”, fala.
O oftalmologista observa que a retinografia é eficaz para o diagnóstico e tratamento das doenças oculares, documentando anormalidades e evolução de lesões suspeitas, além de acompanhar a eficácia de tratamentos. “Ela pode ser simples, registrando a imagem da retina e do nervo óptico; ou fluorescente, analisando as estruturas da retina, coróide e vasos retinianos, através de fotos tiradas com uma iluminação especial e com uso de filtros. Avalia doenças como retinopatia diabética, oclusões vasculares da retina e degeneração macular”, diz.
No exame comum, o aparelho é usado juntamente com o autorrefrator (medida do cálculo para lente, dando a medida da curvatura da córnea) e com o tomômetro de sopro (que afere a pressão do olho). A retinografia é um exame considerado simples, e não há contraindicações.
Entendendo o glaucoma
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que, no Brasil, mais de 900 mil pessoas já foram diagnosticadas com glaucoma. No mundo, esse número chega a 65 milhões. Segundo o oftalmologista Marcelo Mendonça, presidente do Instituto Glaukos e diretor da Sociedade Brasileira de Glaucoma, a incidência anual da doença chega a afetar de 1 a 2% na população geral, aumentando após os 40 anos (2%), podendo chegar a 6 ou 7% após os 70 anos de idade. A estimativa é de que de 2 a 3% da população brasileira acima de 40 anos possam ter glaucoma. Existem alguns fatores de risco, como idade avançada, hipertensão arterial, miopia elevada, raça negra e hereditariedade”, diz o médico.
O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível (porém evitável se descoberto e tratado corretamente). Como é uma doença silenciosa que destrói progressivamente as fibras no nervo óptico, pode fazer com que o paciente vá perdendo a visão periférica até a cegueira total. “O tratamento consiste na diminuição da pressão ocular, o que pode ser feito por colírios, medicamentos, laser ou cirurgia, dependendo de cada caso”, diz Mendonça.
No entanto, o oftalmologista reforça que todos podem sofrer da doença. “O glaucoma do adulto (o mais frequente) ocorre em cerca de 2 a 3% da população acima de 40 anos. Existem outras formas mais raras de glaucoma, como a forma juvenil e a forma congênita (que ocorrem em outras faixas etárias) porém, o diagnóstico de todas elas só pode ser feito através do exame oftalmológico específico”, afirma.
Segundo outro especialista em glaucoma, Kássey Vasconcelos, do D’Olhos Hospital Dia, a doença age de forma lenta e dificilmente a pessoa percebe os sintomas no início. “Infelizmente, quando a pessoa percebe a dificuldade para enxergar, o problema já pode ter comprometido grande parte das fibras nervosas (neurônios responsáveis pela visão), não havendo tratamento para recuperação dessas fibras. O tratamento atual visa apenas a evitar que se venha perder ainda mais o número dessas fibras”, alerta o especialista.
Especialista alerta sobre visitas regulares
“O olho e outros órgãos do corpo humano sofrem com o envelhecimento. Com o avanço da idade, a tendência é os problemas se agravarem. Por isso a importância de se consultar um oftalmologista frequentemente”, afirma o oftalmologista Luciano Arakawa, especialista em catarata e cirurgia refrativa, de Rio Preto.
De acordo com ele, os principais problemas podem ser diagnosticados com exames simples e, quanto mais cedo diagnosticados, melhores são as chances de um tratamento com resultado eficaz. Um exemplo é a degeneração macular relacionada à idade (DMRI). A doença causa a perda de pigmentação da mácula, região responsável por enxergar detalhes, o que provoca diminuição da visão central do paciente. E embora ainda não conte com uma cura definitiva, tratamentos modernos já permitem o controle da doença com suplementos especiais que inibem seu avanço.
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One thought on “Retinógrafo em 3D melhora diagnóstico de doenças na visão”
Moro em Poços de Caldas, MG. Gostaria, se puderem, me informar qual clínica ou hospital já tem esse aparelho disponível para uso, em São Paulo, capital, ou cidade próxima, pra que eu pudesse fazer meu exame sem dilatação de pupila. Estou com suspeita de descolamento de retina nos dois olhos, preciso fazer um exame com diagnóstico preciso, mas não quero e não posso fazer dilatação de pupilas.
Agradeço se puderem me informar onde consigo fazer exame com esse aparelho.
obrigado.