No mundo dos negócios, assim como no futebol, a frase “em time que está vencendo não se mexe” é frequentemente usada para justificar a continuidade de estratégias que dão certo. Se o time está ganhando, para que arriscar mudanças, certo? Mas será que essa máxima funciona para sempre? Em um ambiente onde a inovação é constante, a verdadeira questão é: até quando se pode manter a mesma estratégia sem comprometer o futuro?
O Perigo da Zona de Conforto
Quando uma empresa começa a alcançar boas métricas de sucesso, seja em vendas ou desempenho geral, existe uma tentação natural de permanecer na zona de conforto. Afinal, os resultados estão ali para provar que a fórmula é eficiente. Contudo, o mercado não permanece estático. Enquanto uma empresa celebra suas conquistas, seus concorrentes estão inovando, as demandas dos clientes estão mudando, e novas tecnologias estão surgindo.
O risco de permanecer parado em um cenário de sucesso é que, em algum momento, o mercado evolui e a empresa que não inovou começa a perder relevância. A zona de conforto pode se tornar um lugar perigoso para se estar.
Quando é Hora de “Mexer no Time”?
A decisão de alterar uma estratégia de sucesso nunca é fácil, mas certos sinais podem indicar que o momento para fazer ajustes chegou. Algumas dessas bandeiras vermelhas incluem:
Crescimento estagnado: Mesmo com bons resultados, a taxa de crescimento começa a desacelerar ou a estagnar.
Mudanças nas necessidades dos clientes: Os consumidores começam a mostrar comportamentos diferentes ou novas demandas que o modelo atual não atende.
Concorrência inovadora: Surgem concorrentes com abordagens mais inovadoras, colocando em risco a liderança do seu mercado.
O bom gestor é aquele que consegue enxergar esses sinais antes que os problemas se tornem grandes demais para serem revertidos. Ele sabe que, às vezes, é preciso mexer no time mesmo quando está ganhando, para garantir que continue a vencer no longo prazo.
Conciliando Métricas de Sucesso com Inovação
O desafio aqui é não abandonar o que está funcionando, mas incorporar uma cultura de inovação de maneira que ela trabalhe a favor dos resultados. A inovação não precisa ser uma ruptura radical que comprometa os ganhos atuais. Pelo contrário, ela pode ser incremental, uma evolução contínua, que vá ajustando o time enquanto ele continua a entregar resultados.
A chave está em como essa inovação é implementada: de forma estratégica e alinhada com as metas de longo prazo. A agilidade, muitas vezes associada à experimentação constante, pode e deve conviver com os bons resultados atuais. Afinal, é possível inovar sem perder de vista as metas de curto prazo.
Experimentação Controlada: O Papel da Inovação Incremental
Uma maneira eficaz de conciliar essas duas forças é adotar experimentação controlada. Isso significa realizar pequenas mudanças em áreas específicas, testar novos processos ou abordagens de forma escalável, medir os resultados e só então expandir a inovação.
Essa metodologia, amplamente utilizada em práticas ágeis, permite que uma empresa teste o novo sem colocar em risco os alicerces que garantem o sucesso atual. A inovação passa a ser um processo contínuo e gradativo, no qual o impacto é monitorado constantemente e os ajustes são feitos de maneira controlada.
O Time Vencedor é o que Evolui
No final das contas, “em time que está vencendo não se mexe” pode ser verdade… até certo ponto. O verdadeiro time vencedor é aquele que não para de evoluir. O equilíbrio entre métricas de sucesso e inovação é o que permite que uma empresa continue relevante em um mercado em constante transformação. Mexer no time, quando feito de maneira planejada e consciente, é o que garante a vitória não apenas no presente, mas também no futuro.