BeReal é uma rede social em ascensão nos Estados Unidos, que não tem filtros e permite apenas uma postagem por dia. A nova rede social vem fazendo sucesso nos EUA. A plataforma francesa BeReal se apresenta como “anti-instagram” e vem conquistando espaço nos smartphones, alcançando o topo da lista de aplicativos mais baixados em território norte-americano.
Sustentado por uma política de “sem filtros”, a rede social permite apenas uma publicação por dia e, ao entrar no aplicativo, o usuário tem apenas dois minutos para postar uma foto e ver as atualizações dos amigos.
A BeReal (seja real, na tradução em português) contava com cerca de 480 mil usuários em dezembro do ano passado, mas em março deste ano a plataforma possuía 2 milhões de usuários, com uma adição de 737 mil novas pessoas em abril — marcando um crescimento de 315% somente neste ano.
Apesar da expansão, a BeReal não quer tornar ninguém famoso dentro de seu espaço online. Segundo a empresa, a proposta não é essa. A rede social sugere que os usuários usufruam de uma experiência online que mostre a vida de uma forma mais verdadeira por trás dos smartphones. BeReal busca atrair aquelas pessoas que estejam cansadas de outros aplicativos populares atualmente.
Brasil já está inserido na nova rede social BeReal
No Brasil, o aplicativo está disponível para ser baixado na Apple Store (iOS) e Play Store (Android). O BeReal já pode ser baixado pelos usuários brasileiros e acaba de lançar sua versão inteiramente em português. O projeto iniciou há dois anos, por Alexis Barreyat e Kévin Perreau, na França. Diferente das principais plataformas, nascidas em Estados Unidos ou China, o BeReal começou a crescer na Europa, se expandindo para a América do Norte em 2022.
Desde o início, o objetivo da rede social é que o usuário desfrute do aplicativo sem que perca horas do seu dia nele. Isso explica as poucas funções dentro da plataforma, algo feito propositalmente pelos criadores. “BeReal desafiará sua criatividade. É sua chance de mostrar aos seus amigos quem você realmente é, pelo menos uma vez”, diz o texto do site oficial.
A grande premissa da “nova” rede social é que os usuários compartilhem momentos reais. Ou seja, sem grandes produções, mas com muita espontaneidade. Assim como o Instagram, o BeReal é uma rede social para que os usuários compartilhem imagens e vídeos. Em um determinado horário do dia, todos os usuários recebem uma notificação com a mensagem “Hora de ser real!” ou então “Time to BeReal”, na versão original. A partir disso, os usuários são engajados a tirarem uma foto/vídeo da perspectiva da câmera frontal dos seus celulares e outra da sua câmera principal.
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O maior sucesso do aplicativo está sendo entre os jovens universitários americanos, tornando-se uma febre entre o público. A usabilidade do app instiga o sentimento de comunidade, algo que é muito atraente para os usuários mais jovens que buscam fazer parte de um movimento. Além de contribuir para a parcela crítica que se incomoda com o universo de perfeição que envolve outras redes sociais.
O BeReal também não oferece nenhum recurso para anúncios, até o momento. Então, ainda não existem canais interessantes para as marcas. Mas, tudo é uma questão de tempo quando se trata de redes sociais. Algo que é cogitado também, quando uma nova rede social surge, é que as gigantes do mercado de social media reproduzem o mesmo princípio como um recurso extra a suas plataformas já existentes. Um exemplo disso pode ser o Tik Tok, que desencadeou uma série de iniciativas para vídeos curtos e o Snapchat, com postagens temporárias.
Rede social BeReal traz de volta a internet “a vida como ela é” aos usuários
A intenção do BeReal é incentivar as pessoas a serem mais autênticas com fotos sem tantas edições. O aplicativo permite que os usuários tirem fotos com as câmeras frontal e traseira do telefone simultaneamente e mostrem às suas ações e ambientes em uma mesma imagem.
Outro detalhe é que o app obriga qualquer novato na rede a postar pelo menos uma foto para habilitar o acesso a fotos de outras pessoas e também oferece a opção de os usuários reagirem aos conteúdos postados por meio de fotos ou comentários.
Com essa proposta desafiadora e uma linguagem bem-humorada, a BeReal está atraindo gente cansada dos excessos do Instagram, sobretudo o público jovem da geração Z, ao se apresentar como alternativa à “vida perfeita” das fotos manipuladas do app rival de Mark Zuckerberg.
Para quem acha que não é possível encarar uma Big Tech, vale lembrar que o TikTok começou tímido, como plataforma para dancinhas de crianças, e em 2021, ultrapassou o Google em número de acessos na internet. A BeReal está longe disso ainda. O aplicativo já é o quarto mais baixado na categoria rede social da loja virtual para iPhone, segundo a Apptopia Inc.
Alguns riscos da BeReal merecem atenção, a exemplo de outras redes sociais
Embora a BeReal seja uma rede social fácil de usar, alguns especialistas já apontam áreas de preocupação com as postagens na plataforma.
O jornal americano Deseret News destacou algumas delas. A rede social é permitida para maiores de 13 anos. Por não ter curtidas, mensagens privadas, perfis ou seguidores, pode ser vista como positiva para os adolescentes.
No entanto, apesar de não ter em sua interface elementos considerados nocivos nas demais redes sociais, a BeReal traz preocupações quanto à segurança em se compartilhar a localização em tempo real.
Além disso, o limite de tempo de dois minutos para se postar uma foto gera ansiedade. Caso não seja cumprido, uma notificação será enviada para todos os amigos informando sobre o “atraso”.
“Esse reforço negativo pode fazer com que os usuários priorizem o aplicativo durante o dia entre o trabalho ou a escola”, destaca a jornalista Gitanjali Poonia, do Deseret News.
Entre as dicas de segurança, evitar postar conteúdos muito pessoais ou que exponham a localização em tempo real é a principal delas. Os pais também devem ficar atentos ao uso de aplicativos que os filhos fazem e fornecerem orientação em casos de “superexposição” da vida íntima.
No entanto, os problemas apresentados ainda estão longe de serem comparados aos problemas enfrentados pelo Instagram e pelo TikTok, como os acidentes causados por desafios perigosos e suicídio, que também motivaram abertura de investigação nos EUA.
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