Logística verde e crédito de carbono visam dar sustentabilidade às mudanças no nosso meio, seja tecnológico ou ambiental
Se a abordagem tradicional de logística muitas vezes deixa a sustentabilidade ambiental de lado durante a tomada de decisões, a logística verde — cuja importância está na gestão da cadeia de suprimentos devido aos benefícios que traz para todos os aspectos de uma organização — se propõe a encontrar equilíbrio entre ecologia e economia.
A sustentabilidade entrou na pauta de empresas de todos os setores ainda na década de 1970, com a primeira Conferência Ambiental da Organização das Nações Unidas e os acordos internacionais de preservação à natureza para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa. O termo logística verde, traduzido do inglês Green Logistics, é um conjunto de medidas, ações e políticas sustentáveis. Em português, ele também pode ser chamado de logística ambiental ou, ainda, de ecologística. Sua principal meta é reestruturar os processos logísticos para que eles causem menor dano ao meio ambiente, incluindo as áreas de produção, armazenamento, transporte e o retorno dos resíduos produzidos.
A logística verde refere-se ao conjunto de políticas e medidas sustentáveis que visam reduzir o impacto ambiental causado pelas atividades desta área de negócio. Este conceito de logística afeta a configuração de processos, estruturas e sistemas ou equipamentos no transporte, a distribuição e o armazenamento de mercadorias. Ao implementar estratégias para reduzir o impacto ambiental, as empresas preservam também a saúde das pessoas.
Em termos de logística humanitária, encoraja os participantes a considerarem o impacto de suas ações no meio ambiente e coordenar atividades que tragam prejuízos menores. Isso inclui estar ciente de como as ações afetam a mudança climática, a poluição do ar, o desperdício, a degradação do solo, o ruído e os acidentes.
Benefícios da logística verde
A logística verde, Sustentável ou Eco-Logística, pode fornecer benefícios para a eliminação adequada dos resíduos, incluindo produtos tóxicos e perigosos. Também considera todo o ciclo de vida de um produto: produção, distribuição, consumo e descarte. A proposta é medir a pegada de carbono das operações logísticas para estabelecer um ponto de partida para considerar as medidas de sustentabilidade e controlar seus resultados.
Além, claro, para reduzir a poluição do ar, solo, água e sonora, analisando o impacto de cada área de logística — principalmente àquelas relacionadas ao transporte.
Também visa a reutilização de contêineres e a reciclagem de embalagens, melhorando a cadeia de suprimentos e tornando-a mais sustentável, reduzindo seu impacto ambiental.
Uma das formas de fazer isso acontecer é utilizando a logística reversa, que compreende uma série de atividades para fazer os resíduos retornarem até a cadeia produtiva, para, assim, serem reciclados ou reaproveitados.
De olho nos fornecedores uma revolução tem sido feita em relação à logística verde
Na hora de escolher seus fornecedores: um exemplo é optar por aqueles que usam menos plástico e mais recursos recicláveis na confecção de embalagens. Outra ideia é a de buscar optar por veículos menos poluidores e mais eficientes na hora de renovar a frota.
Além disso, escolher fornecedores mais próximos pode ajudar sua empresa a tornar sua cadeia de suprimentos mais eficiente, consumindo menos recursos. Um exemplo são os imóveis logísticos 4.0, cujo layout e construção já são pensados em torno da sustentabilidade.
Um exemplo é a organização interna das cargas: quanto menor for a necessidade de deslocamentos internos, mais eficiente é o armazém – e portanto, mais sustentável. É por isto, que se torna interessante pensar na forma como cada armazém consome água e energia, utilizando luz e instalações de maneira correta.
Cadeia produtiva é tudo aquilo que interfere de alguma forma na maior nos ganhos
A logística verde é composta por uma cadeia cíclica, que considera todos os materiais e recursos utilizados ao longo do processo de fabricação. Essa cadeia também leva em conta alternativas para os resíduos gerados pelo consumo dos produtos, com práticas como a reciclagem e o reuso. Confira as etapas:
Empacotamento verde: dá prioridade a embalagens biodegradáveis com menor quantidade de material;
Carga e descarga verde: diminui o desperdício de materiais a partir de investimento em tecnologias no meio de produção;
- Armazenamento verde: consiste em um armazenamento que facilite o transporte;
- Transporte verde: corresponde a transportes de curtas distâncias e meios de transporte que emitem menos gases do efeito estufa e demandam menos energia;
- Distribuição urbana verde: leva em conta o deslocamento e a produção de resíduos;
- Gestão da informação verde: busca a obtenção de todas as informações do processo produtivo, a fim de evitar desperdícios e aumentar a eficiência do processo;
- Reciclagem: tem como objetivo o retorno do material resultante do processo na fabricação de novos produtos.
Crédito de carbono
O crédito de carbono surgiu com a assinatura do Protocolo de Quioto em 1997 e foi ratificado durante o Acordo de Paris em 2015, mas o mercado internacional de títulos verdes ainda não decolou. No entanto, algumas empresas privadas mesmo sem regulamentação específica em diversos países têm proposto iniciativas que põe a sustentabilidade na agenda global a longo
prazo.
O mercado global de carbono foi regulamentado na COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas 2021), que aconteceu em novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia.
O retorno às atividades econômicas, após a fase mais aguda da crise provocada pelo Coronavírus, ressalta a importância da reconfiguração das cadeias produtivas a partir de uma 0preocupação com o meio ambiente. A retomada verde deve impulsionar o mercado de crédito de carbono, e o agronegócio brasileiro pode se beneficiar disso.
A compra de títulos verdes é uma estratégia cada vez mais adotada por grandes conglomerados internacionais para compensar as suas emissões de carbono. O setor agropecuário, com ações sustentáveis, tem a capacidade de gerar créditos de emissão. Dessa forma, o mercado verde pode gerar renda extra para os produtores no campo.
Para conter o aquecimento global, o planeta precisa reduzir as emissões em 11 bilhões de toneladas de CO2 por ano. O Brasil teria capacidade de absorver da atmosfera 2,7 bilhões de toneladas de gases por ano, segundo estimativa da petroleira Shell. Dessa forma, quando sair do papel, o sistema internacional poderá render bilhões para o País.
Somente os créditos de carbono gerados pela preservação da Amazônia podem render US$ 10 bilhões ao ano para o Brasil, de acordo com avaliação de líderes do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds). A entidade reúne os maiores grupos empresariais do País, como Bayer, Vale, petrolíferas e bancos.
Capitalismo Consciente é o novo paradigma mundial
Para o mercado existir no Brasil, o Cebds defende a limitação da poluição de empresas, criando mercados locais de direitos de emissão, como ocorre na União Europeia e na Califórnia, o estado mais rico e populoso dos Estados Unidos. Espera-se que, até o fim deste ano, o Ministério da Economia apresente diretrizes técnicas para criar um mercado nacional.
O mercado de carbono é um ambiente de transações financeiras cuja mercadoria principal é a compensação e precificação do carbono emitido por diversos setores da economia, como o industrial, de mobilidade, agrícola e logística.
O volume excedente da redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), sendo o principal deles o gás carbônico – por parte de empresas, governos e pessoas físicas – gera créditos que são comercializados entre os países.
Isso significa que empresas e países que cumprem ou ultrapassam metas próprias, reguladas por lei ou acordos internacionais de redução da emissão de GEE, podem vender seus créditos de carbono a empresas e governos que deixaram de cumprir essas metas e emitiram além do estabelecido ou permitido.
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